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Disciplina de Elefante!
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Disciplina de Elefante!

  • Por Carina Bargueno
  • /
  • Publicado Janeiro 3, 2018
  • /
  • 0 comentários

Os elefantes são herbívoros tranquilos. Sem predadores naturais, só recorrem à violência quando se sentem ameaçados. Nos últimos anos, no entanto, ficaram mais agressivos. Os ataques fatais a pessoas e animais tornaram-se mais frequentes. Em certas partes da Ásia e da África, eles investem contra carros, casas e, às vezes, vilas inteiras sem serem provocados.

“A tromba não é uma arma. Normalmente é usada apenas para agarrar alimentos e galhos”, afirma a psicóloga americana Isabel Gay Bradshaw, especialista em elefantes da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos. “O que está a acontecer é algo totalmente fora dos padrões.” Após estudar manadas na Ásia e em África, Bradshaw concluiu que a mudança de comportamento se deve ao colapso da estrutura familiar dos elefantes, ocasionado pela caça dos animais mais velhos e pela redução das reservas de vida selvagem nas últimas décadas. Num estudo publicado na revista Nature, em 2005, a investigadora afirma que a espécie como um todo sofre agora de stress pós-traumático, que deixa estes animais propensos à depressão e à agressividade excessiva.

Um estudo feito num jardim zoológico de Nova York mostrou que os elefantes são capazes de reconhecer a própria imagem no espelho. A experiência, realizada por pesquisadores da Universidade Emory, de Atlanta, coloca o paquiderme no reduzido grupo dos animais com autoconsciência, que inclui o homem, o chimpanzé e o golfinho. Uma manada de elefantes é um grupo familiar coeso, em que cada membro está estreitamente ligado aos demais. O sistema de comunicação dentro do grupo, com vibrações no solo, vocalizações e movimentos com o corpo, é um dos mais complexos já observados entre animais. O conhecimento – como encontrar água ou se comportar dentro do grupo – é transmitido entre as gerações. As crias passam oito anos sob a tutela da mãe e também aprendem com tias, primas e, sobretudo, com a matriarca que lidera o grupo. Após esse período, os machos jovens afastam-se para uma temporada de aventuras entre os machos adultos. O sentimento familiar é tão intenso que, há cerca de 5 anos, na Zâmbia, elefantes de uma manada atacaram um carro que tinha atropelado duas crias. O veículo foi virado várias vezes e a estrada foi bloqueada nos dois sentidos por mais de seis horas.

A matança motivada pela venda das presas de marfim e pela caça desportiva fez com que a população mundial de elefantes caísse de 10 milhões, no século passado, para os atuais 500.000. Os esforços de preservação conseguiram evitar a extinção desses mamíferos – em muitas reservas há até superpopulação –, mas não foram suficientes para impedir o desequilíbrio nos laços familiares. Não só decaiu o número de matriarcas e fêmeas mais velhas, como também o de machos adultos, cujo papel é manter os mais jovens na linha. Na Tanzânia e na Zâmbia, foram identificados vários grupos sem fêmeas adultas – não é surpresa que, nessas condições, os elefantes se comportem como jovens delinquentes. O mecanismo fisiológico que leva a este comportamento intempestivo foi estudado pelo neurocientista americano Allan Schore, da Universidade da Califórnia. Schore sugere que a falta de convívio com os mais velhos, na infância, tem o efeito de desenvolver algumas áreas ligadas à emoção e à agressão no hemisfério direito do cérebro. “Quando os elefantes não têm contacto com os adultos na infância ou sofrem algum trauma, essas áreas desenvolvem-se de maneira anormal, o que aumenta a predisposição da cria a tornar-se violenta”, diz Schore. Para resolver esse tipo de desvio, os especialistas têm recorrido a táticas heterodoxas. No Quênia, o Instituto David Sheldrick para a Vida Selvagem especializou-se em adotar elefantes órfãos, que passaram a ser cuidados por mães humanas. Elas ficam a maior parte do tempo ao lado dos animais e chegam a dormir com eles nos estábulos. Mais de sessenta elefantes voltaram para a vida selvagem com essa técnica.

Caros pais, não pretendo chamar elefante a ninguém, mas tal como este animal, também nós temos necessidade desta interação familiar, especialmente na relação pais/ filhos. Assim como os jovens elefantes se ressentem da falta dos elefantes mais velhos e sábios, também as crianças acusam a ausência de regras, de afeto e atenção. Amor e disciplina urgem! Amor e disciplina são as palavras de ordem na educação dos vossos filhos. Se o Amor é importante e vem em primeiro lugar, a Disciplina alimenta-o e segue-o a curtos passos. E, pelos vistos, até os bichinhos gostam!

 

Image by Freepik


Tags amor disciplina educação elefante relação pai filho
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Carina Bargueno

Carina Bargueño

Membro efetivo da Ordem dos Psicólogos. Psicóloga Clínica e Neuropsicóloga da Educação, fundadora e diretora do Gabinete de Psicologia e Terapias Integradas de Espinho e do CANEE- Centro de Apoio às Necessidades Educativas de Espinho, desde 2006. Escreve sobre Psicologia da Criança e do Adolescente e sobre o contributo das Neurociências, em particular da Neuropsicologia, para a excelência do rendimento académico de todos os alunos, em qualquer ciclo de ensino. Defende a inclusão de todos os alunos no Sistema Educativo, onde todos os alunos possam aprender com qualidade e no expoente máximo das suas capacidades.
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