Final do ano hiperativo!
“Acabou a escola! Não posso mais! Que desastre!
Nove meses de luta com professores titulares, professores de apoio, centros de estudo,
explicadores, psicólogos, contas para pagar… E para quê? O meu filho repetiu o ano e no ATL
não o querem aceitar mais, pelo seu mau comportamento.
E a vida não pode girar apenas em torno deste filho. Há os outros filhos, com diferentes
problemas, há o trabalho, as dívidas, a relação conjugal, a falta de acordo nas práticas
educativas…”
Calma, pais! O vosso filho merece que pensem no problema de maneira diferente: “Em que
disciplinas melhorou?”; “Que comportamentos foram alterados positivamente?”; “Haverá que
fazer uma melhor divisão de responsabilidades?”.
Relaxem e analisem a situação, tendo em conta que no meio de tudo isto está o Défice de
Atenção e Hiperatividade e as suas implicações:
-Um processo maturativo mais lento;
-Uma motricidade fina aquém do desejado;
-Competências sociais fracas;
– Etc,etc…
A criança sente o que se passa, ouve o que dizem dela, fica frustrada e a conclusão lógica que
retira de todo este cenário é: “Não sirvo para nada! Não vale a pena continuar a tentar!”
E não tenta.
Como solucionar isto?
Sentem-se com o vosso filho e conversem. Leiam-lhe os registos de avaliação dos diferentes
períodos letivos, inclusive os do ano anterior, e felicitem-no pelos progressos, sem dar muita
importância às falhas.
Teve boa nota a Português? Então, mostre-lhe que isso é sinal de que está a evoluir, de que
apresenta uma psicomotricidade mais desenvolvida e um ritmo de trabalho mais apurado, e
que esta é uma disciplina capital para as restantes aprendizagens. FELICITE-O!
Teve bons resultados a Matemática? Pois faça-o ver que está contente pela sua capacidade de
cálculo e raciocínio e pelas melhorias na sua capacidade de atenção. ORGULHE-SE!
Ao invés de mostrar o seu descontentamento, mostre que há muito de bom que a criança
pode fazer. Nem tudo são dificuldades, nem tudo são falhanços à partida. Há tarefas que ele
cumpre e cumpre bem!
Temos, portanto, de mudar o discurso: “Estás a conseguir!”, “Estás a esforçar-te!”, “Já sabes
que precisas de mais tempo que os outros miúdos.”, “Vamos organizar um horário de estudo
durante as férias, para te preparares para o próximo ano!”
E que conseguimos com esta postura? Conseguimos que a criança não esteja sujeita a tanto
stress, que não desmotive, e, o mais importante de tudo, que se sinta apoiada e capaz.
Qualquer bom desempenho merece a atenção positiva dos pais e todos os progressos da
criança com TDAH devem ser considerados uma vitória da família!
Photo by Ben Mullins