Pai, vou ter um prémio por tirar boas notas?
As crianças na Escola trabalham muito. Estudar sempre foi exigente, mas hoje em dia tenho a sensação que a pressão é maior. Será mesmo assim? E porque será?
Na minha opinião foi a sociedade que mudou. Nós, Pais de hoje, somos, provavelmente, mais qualificados que os nossos Pais. Provavelmente estudamos mais anos do que eles e sentimos na pele a exigência do mercado de trabalho. Se isto contribui para que sejamos mais exigentes? Acho que sim.
Um dos objetivos mais presente na vida de todos os Pais é dar as melhores condições possíveis para que o seu filho possa construir a sua vida de forma sustentada. Para além da educação e de todos os valores sociais, os estudos são um dos pilares mais importantes em que se sustentará toda a sua vida futura.
E como deveremos gerir os resultados? Devemos premiar o bom desempenho e castigar o mau? Sim e sim.
Começando pelo castigo, este não tem de passar sempre por privar a criança de algo que goste. Provavelmente falta método de estudo e para melhorar vai implicar trabalho e este trabalho implica tempo, por isso, de forma natural, haverá privação da televisão, das consolas, dos telemóveis, das saídas, etc. Na nossa vida seremos sempre guiados por objetivos e como Pais devemos traçá-los também.
No caso dos estudos devem ser definidos em conjunto e, claro, com vigilância apertada. Se algo estiver a fugir do seu controlo procure ajuda, nos professores, num centro de estudos ou até num psicólogo. Prefira a tolerância e o diálogo em vez de crispação. Parte do problema somos nós, não se esqueça.
Passando para os bons resultados. Atenção que se o nosso filho for bom aluno não implica que podemos ficar descansados. Uma distração nossa pode ser difícil de recuperar. Não sou a favor do prémio palpável, do presente por boas notas. Gosto do incentivo verbal, do abraço de parabéns e de perceber que há sempre ali uma intenção de melhorar e de continuar a aprender. Nestes casos, a nossa atenção deve passar por evitar obsessões, por evitar que as crianças se dediquem demasiado aos estudos. Elas têm de continuar a brincar, a jogar, a conviver com os amigos e conciliar tudo isto com a Escola. Este é o cenário equilibrado e aquele que quero como Pai.
Procure como Pai e como Mãe serem as pessoas que melhor conhecem os vossos filhos, isto ajudará imenso a prever comportamentos, a perceber atitudes, fases e outros desvios.
Como defendi na minha história “Pai, tu é o meu melhor amigo”, ser o melhor amigo dos nossos filhos é dar-lhe a confiança certa para que algo nos seja relatado ante de se tornar um problema. É como na Escola, se esperar pelo final do período e pelas notas para se aperceber do desempenho do seu filho, corre o risco de ter surpresas.
O Pai
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