Pai, acorda, são 8 da manhã e é fim de semana!
Confesso que o regresso à escola é um tempo difícil. Os ritmos mudam, o trânsito piora exponencialmente, o tempo à noite é escasso e… os fins de semana começam muito mais cedo.
O nosso horário normal é acordar pouco antes das 7 da manhã. Começamos a preparar-nos e quando são 7:15 acordamos o nosso filho. Bem vistas as coisas, ele não acorda logo. Abrimos a janela, tiramos os lençóis de cima, cantamos umas músicas… e nada. Nem se mexe um milímetro.
A fase seguinte é a fase de choque. Normalmente entra em cena o Pai e começa a abanar a cama, a puxar uma perna, um braço… Literalmente temos de o arrancar da cama.
A seguir faz tudo como se ainda estivesse a dormir. Toma o pequeno-almoço só com um olho aberto. Lava os dentes e a cara só com uma mão. Veste-se deitado no tapete do quarto. Tudo num ritmo acelerado, mas a dormir.
No caminho para a escola raramente se ouve uma vozinha vinda do banco de trás do carro. Vamos a ouvir a rádio e o silêncio é quase absoluto. Tudo a dormir portanto!
Tudo muda de figura quando chegamos ao fim de semana. Tudo mesmo. É incrível, parece que existe um modo de configuração que sabe identificar o sábado e o domingo e muda toda a dinâmica.
Normalmente, por volta das 8:00 de sábado ou domingo ouvimos uma voz vinda do quarto ao lado: “Pai, quando é que posso acordar”. Acordar para ele é levantar-se da cama, porque provavelmente já está acordado há uns largos minutos. Mas, convenhamos, são 8:00 da manhã, é fim de semana, temos a oportunidade de compensar os horários madrugadores da semana…mas não, a criança lá de casa faz questão de começar o seu dia bem cedo.
Pé ante pé, lá vem ele ter connosco, encosta-se na beira da nossa cama e diz a sussurrar: “Pai, estás a dormir?” e a seguir numa espécie de vingança do que lhe fazemos durante a semana: “Pai, vou abrir as janelas porque quero ir brincar contigo”…não mereço!!
Lá me levanto, arrasto-me para a casa de banho, lavo os dentes e a cara apenas com uma mão, sento-me na beira da cama e reflito “Ser Pai é mesmo duro, especialmente a esta hora da manhã!!”. Com um esforço lá chego à sala onde já está montado um campo de futebol para começarmos a jogar.
É curioso, durante a semana inventamos de tudo para o tirar da cama, mas ao fim de semana os papéis invertem-se e somos literalmente obrigados a sair do nosso repouso para, bem cedo, bem pela manhã, irmos “cheios” de energia brincar.
Ser Pai é duro!